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O que é Lean UX?
25 de nov. de 2022

O conceito de Lean UX foi apresentado por Jeff Gothelf e Josh Seiden no livro “Lean UX, Applying Lean Principles to Improve User Experience” e se baseia em três pilares principais: Design Thinking, Ágil e Lean Startup.

A combinação desses três métodos originou um processo de trabalho que permite entender melhor problemas e estruturar soluções com menor esforço e sempre com foco no valor gerado. Nasce assim o Lean UX.
Por que usar o Lean UX?
Produtos digitais são desenvolvidos cada vez mais rápido e o modelo tradicional de estrutura de times não consegue acompanhar essa nova velocidade de mercado. Por isso, se torna necessário fugir dos entregáveis altamente descritos e começar a pensar na adaptação a mudanças. A ideia aqui é: gerar uma quantidade grande de valor com o mínimo de esforço empregado pelo time.
A aplicação dos princípios e processos do Lean UX possibilita que a entrega de um produto seja mais rápida e aconteça de forma colaborativa, multidisciplinar, reduzindo a ênfase em documentação detalhada e aumentando o foco na troca de conhecimento entre o time.
Os 15 Princípios do Lean UX
Os princípios do Lean UX formam a estrutura necessária para que de fato um time alcance um processo de descoberta, design e desenvolvimento enxuto. Esses princípios estão divididos em organização de time, cultura e processos.
Princípio 1: Times multidisciplinares
O que é?
São times compostos por integrantes de diversas áreas: product management, design, engenharia, marketing, estratégia, QA. Essa composição possibilita um maior nível de colaboração entre as diferentes disciplinas desde o começo até o fim do projeto.
Por que fazer?
Ao adotar times multidisciplinares, incentivamos a quebra do modelo em cascata, com insights e participação de todas as disciplinas em todas as etapas do processo, evitando bloqueios.
Dica: Procure por pessoas que consigam navegar entre diferentes áreas. Quanto mais interação, melhor!
Princípio 2: Times pequenos, dedicados e que trabalham juntos
O que é?
São times de no máximo 10 pessoas (o famoso Two Pizza Team) que trabalham dedicados a apenas um projeto e que tenham um objetivo em comum.
Por que fazer?
Mais comunicação, mais foco e mais cocriação. A passagem de informações fica mais fácil em um grupo que possui vínculo e que está com foco nas mesmas prioridades.
Princípio 3: Progresso é valor, não entregável
O que é?
Medir progresso em termos de valor gerado para o negócio. Quantidade de tickets ou features entregues não significa muito se os usuários não estiverem usando ou não vejam muito valor no que foi entregue.
Por que fazer?
Nem sempre features funcionam como o esperado. Ao analisar o valor gerado, é possível ter uma visão mais clara de se a direção tomada pela equipe está correta ou não.
Princípio 4: Times focados em problemas e não em funcionalidades
O que é?
Times com um problema de negócio em comum para resolver ao invés de uma lista de features para desenvolver.
Por que fazer?
Maior envolvimento e compromisso do time com a solução do problema, gerando uma sensação de pertencimento. Isso também estimula a criatividade do time e uma visão mais holística do contexto do produto.
Princípio 5: Remover desperdício
O que é?
Remover todo o tipo de esforço que não esteja relacionado ao objetivo final. Foco apenas no que vai de fato entregar valor.
Por que fazer?
Recursos costumam ser limitados. É preciso entender o propósito do que está sendo construído e trabalhar nos desafios certos de forma efetiva. Foco de raio laser!
Princípio 6: Trabalhar com pequenas entregas
O que é?
Criar apenas o design necessário para seguir adiante rumo ao objetivo. Empacotar entregas em blocos pequenos de funcionalidades.
Por que fazer?
Entregáveis podem não ter a aceitação do público. Mantendo entregas concisas, podemos validar funcionalidades complexas antes de investir muito tempo no seu desenvolvimento.
Princípio 7: Descobertas contínuas
O que é?
Envolver o usuário em um processo recorrente de pesquisa e feedbacks ao longo do design e do desenvolvimento do produto.
Por que fazer?
É uma oportunidade constante de validar ideias o mais rápido possível.
Dica: Envolva o seu time nas pesquisas para que ele desenvolva empatia pelo usuário final.
Princípio 8: Saia do prédio
O que é?
GOOB (Get out of the building). Você não vai descobrir nada sobre o seu usuário de dentro do seu escritório. Vá até onde ele está e tente observar o mundo com os olhos dele.
Por que fazer?
Dê voz ao seu usuário. Apenas assim você vai ter insights realmente relevantes para o seu projeto.
Princípio 9: Conhecimento compartilhado
O que é?
É o conhecimento e o domínio adquirido coletivamente pelo time ao longo das descobertas e desenvolvimento do projeto.
Por que fazer?
Quanto mais o time estiver alinhado, menos ele vai depender de documentação ou de relatórios para que ele seja destravado.
Princípio 10: Time nivelado
O que é?
Quanto menos gurus, rockstars e ninjas, melhor! Ter um time nivelado é importante para manter a colaboração ativa e o crescimento no time.
Por que fazer?
Essas pessoas tendem a fazer muitas coisas sozinhas e acabam não compartilhando. Esse ambiente de colaboração precisa ser estimulado sempre.
Princípio 11: Externalizar o trabalho
O que é?
Tirar o trabalho da cabeça e compartilhar com o time
enquanto ele ainda está em progresso. Essa prática também ajuda na visibilidade do progresso das atividades da equipe.
Por que fazer?
O processo de geração criativa de ideias acaba inspirando e levando o time muito mais longe! Esse tipo de atividade também puxa as pessoas mais tímidas a participar da estratégia do produto.
Princípio 12: Criar é melhor que avaliar
O que é?
Criar uma primeira versão de uma ideia é sempre melhor do que passar uma tarde inteira debatendo hipóteses em uma sala de reunião.
Por que fazer?
Tendo algo palpável pra testar, as suas hipóteses vão poder ser avaliadas com mais velocidade. Quanto mais concreta um ideia esteja, mais pontos de avaliação vão estar disponíveis para os usuários.
Princípio 13: Aprender antes de escalar
O que é?
Foco em aprender primeiro (coletar feedbacks) antes de avaliar se vale a pela escalar uma solução.
Por que fazer?
Escalar ideias pode ser arriscado, complexo e custoso. Caso uma ideia acabe não dando certo, o seu time terá gastado o mínimo de tempo possível focando nela.
Dica: Estratégia é importante, mas não é preciso dedicar tanto tempo para detalhar features futuras. Até lá você já pode ter mudado de estratégia.
14. Permissão para falhar
O que é?
Para aprender é preciso experimentar. Ao falhar, aprendemos como fazer diferente para acertar e como não fazer para não falhar de novo.
Por que fazer?
A experimentação gera criatividade e provoca soluções mais inovadoras. Sem medo de falhar, os times se sentem mais à vontade para se arriscar.
15. Sair do negócio dos entregáveis
O que é?
Foco coletivo na entrega de valor gerada pelo time.
Por que fazer?
Algumas documentações podem não gerar muito valor a longo prazo. Use esse tempo de forma mais efetiva.
Atenção: Estamos falando apenas das documentações extensivas e extremamente detalhadas.
Efeitos do Lean UX na Equipe
Com a aplicação do Lean UX, temos times mais alinhados e que colaboram mais entre si. A colaboração contínua gera menos dúvidas e bloqueios e proporciona uma visão melhor de produto aos membros da equipe.
O uso do Lean UX também proporciona ideias melhores. Já que todos da equipe estão focados na entrega de valor e validando ideias constantemente, a chance de que as ideias desenvolvidas funcionem é sempre maior.
O Lean UX também permite que existam entregas de valor contínuas e constantes, já que a equipe está desenvolvendo ideias validadas e não está perdendo tempo com complexidade e funcionalidades desnecessárias.